O governo do Distrito Federal anunciou nesta sexta-feira (30) que todas as tarifas de transporte público serão reajustadas a partir do primeiro dia útil de 2017. Com isso, passageiros passam a pagar até 25% a mais para usar ônibus e metrô. A estimativa é de que 1 milhão de pessoas embarquem em coletivos diariamente e 160 mil, em trens. O DF tem, hoje, mil linhas de ônibus, contando com 3 mil coletivos de empresas e cooperativas.
Os valores vão passar de R$ 2,25 para R$ 2,50 nas linhas circulares e alimentadoras do BRT (aumento de 11%); R$ 3 para R$ 3,50 (aumento de 16%) em linhas metropolitanas "curtas"; e de R$ 4 para R$ 5 (aumento de 25%) no restante das linhas, além do metrô. As novas tarifas estão entre as mais caras do país.
Este é o segundo reajuste ocorrido na gestão Rollemberg – o anterior ocorreu em setembro do ano passado e gerou protestos. Até então, os valores do tíquete de ônibus eram os mesmos desde 2006 e os de metrô, desde 2009.
O transporte público é parcialmente subsidiado pelo GDF, e deficientes e beneficiados pelo Passe Livre Estudantil têm gratuidade. Cinco empresas prestam serviço de ônibus: Piracicabana, Pioneira, Urbi, Marechal e São José. Elas disseram que não vão comentar o aumento. As companhias alegam ter R$ 195 milhões a receber do Executivo, de dívidas antigas. A Secretaria de Mobilidade fala que o valor é de R$ 128 milhões.
De acordo com a Secretaria de Mobilidade, o reajuste é necessário para acompanhar a elevação de custos do sistema (como combustível e salários de cobradores e motoristas), manter as gratuidades para estudantes e pessoas com deficiência e compensar os quase dez anos de congelamento das tarifas. A pasta disse que as empresas e o Metrô pediram ao governo uma revisão contratual para conseguirem fazer as melhorias necessárias ao sistema.
“O reajuste vem para garantir o nível de gratuidade no sistema, não interferir na parte social, e ajudar no reequilíbrio das contas do governo, pois o subsídio é muito além do que temos disponibilidade de pagar”, afirmou o secretário, Fábio Damaceno. "O GDF cobre 50% dos custos do sistema, que é muito alto, não é mais possível manter."
Com o aumento, o GDF diz esperar economizar R$ 180 milhões no subsídio ao transporte público. "Consideramos que o sistema de tarifas é equilibrado com relação à nossa posição no Brasil", declarou Damaceno.
Funcionário de uma embaixada, o cientista político Guilherme Figueiredo conta que gasta R$ 8 por dia para chegar ao trabalho e afirma que o aumento vai impactar nas contas dele. Ele mora na 712 Sul e presta serviço na QI 9 do Lago Sul.
Fonte: G1
Fonte: G1
