Falta de fiscalização nas vendas de gás de cozinha, aumenta o comércio clandestino em Águas Lindas de Goiás.

Falta de fiscalização nas vendas de gás de cozinha, aumenta o comércio clandestino em Águas Lindas de Goiás.
Distribuidora de bebidas comercializando gás de cozinha sem nenhum critério de segurança

Revendas legalizadas perdem espaço na concorrência desleal. Muitas estão fechando as portas

Dizem que o município de Águas Lindas de Goiás é a terra do “aqui tudo pode”, pois, infelizmente,aqui esse ditado parece ser realidade. É comum vermos na cidade diversos pontos clandestinos de venda de gás liquefeito de petróleo (GLP), conhecido como gás de cozinha, nas esquinas e comércios sem autorização da ANP (Agência nacional de Petróleo). Mas, o que chama a atenção é a falta de fiscalização dos órgãos locais. Segundo o diretor da Associação dos Revendedores de Gás (Assogás-GO), Francisco Vaz, o poder fiscalizador não cumpre o seu papel,apesar de ter denunciado a prática irregular às autoridades, tanto no Corpo de Bombeiros, na Delegacia de Políciae na Secretaria de Obras e Postura do município, mas pouca ação foi feita para coibir essa prática.
Francisco disse ao Multinotícias que muitos revendedores legalizados estão fechando as portas por não conseguir se manter no mercado, visto que a concorrência é desleal. “Nós pagamos impostos, funcionários e aluguel. O clandestino não tem isso, ele armazena seu produto em qualquer esquina.”, diz. “E sabe que não será questionado por fazer isso. Não tem fiscalização. A revenda legaliza tem possibilidade de gerar no mínino três empregos.”, completo Francisco.

Botijões adulterados

Sistema de transvazamento, quando se retira de um e divide em outro

Todos perdem com a prática clandestina, o botijão sofre alterações, o gás é retirado e distribuído em outros vasilhames que são acrescentados com água.  Na prática o consumidor perde, poiso gás comprado em venda clandestina não tem a duração mínima de 30 dias,em uso residencial. O revendedor perde por não cobrir o valor cobrado pela venda irregular, o gás clandestino é cerca de 20% mais barato que o preço da tabela.“O barato sai caro no final das contas.”
O esquema funciona da seguinte forma: são produzidos imãs de geladeira ou panfletos com números de telefone e coloca na caixa de correios, ou afixado no portão do consumidor, que entra em contato, pede o gás e, muitas vezes não questiona a procedência do produto.Este produto pode ter sido alterado no sistema de transvazamento, que é a prática de dividir o volume de gás entre dois vasilhames.

Não há fiscalização


Mesmo que o vendedor irregular compre o botijão e não adultere, como ele não tem o registro de orientação, estoca o produto fora dos padrões de segurança, sem cumprir, por exemplo, a distância e ventilação necessária, causando risco para a vizinhança. É comum ver botijões em panificadoras, casa de ração e botecos pela cidade, o pior disso tudo é que praticam essa irregularidade debaixo das barbas da Lei.  “Já levei uma lista dos clandestinos às autoridades denunciando os pontos e, nenhuma ação concreta foi feita para acabar com essa prática, existem mais de 200 clandestinos contra 60 revendedoras autorizadas e regularizadas pela ANP.”, explica Francisco Vaz.