Alvo da Operação Lava Jato, o ex-presidente
Luiz Inácio Lula da Silva prepara uma plataforma econômica para apoiar sua
pré-candidatura ao Palácio do Planalto. Mesmo correndo o risco de ficar
inelegível se for condenado em segunda instância, pois é réu em cinco ações,
ele avalia que o PT precisa se contrapor com mais vigor ao governo Michel
Temer, lançando uma espécie de “programa nacional de emergência” para o país
sair da crise.
O termo foi usado pelo próprio PT
em fevereiro do ano passado, quando o partido apresentou à então presidente
Dilma Rousseff uma lista com 22 sugestões de mudanças na economia.
Com um discurso em defesa de
novas eleições diretas e disposto a antecipar o lançamento de seu nome ao
Planalto, Lula tem aparecido em vídeos dizendo que Temer “só sabe cortar”. O
foco de sua plataforma para 2018 vai na linha de que o país não conseguirá reduzir
o número de 12,9 milhões de desempregados se não ampliar o crédito para a
produção e o consumo.
Entre as propostas que Lula e a
cúpula do PT defendem para enfrentar a crise estão a criação de um Fundo de
Desenvolvimento e Emprego, reajuste de 20% nos valores do Bolsa Família e
aumento real do salário mínimo, além da correção da tabela do Imposto de Renda,
com teto de isenção superior ao atual.
Há um ano, o PT pressionou Dilma
para que usasse parte das reservas internacionais na formação do Fundo de Desenvolvimento.
Ela não concordou.
Foi no governo Dilma que a
economia do país teve o seu pior desempenho. O ex-presidente sempre quis, sem
sucesso, que ela nomeasse o atual ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, que
comandou o Banco Central nos dois mandatos de Lula, de 2003 a 2010.
Na lista dos economistas com quem
Lula sempre conversa constam Luiz Gonzaga Belluzzo e Nelson Barbosa,
ex-ministro da Fazenda e do Planejamento na gestão Dilma. O petista também
ouvia Antonio Palocci, titular da Fazenda de 2003 a 2006 e chefe da Casa Civil
em 2011. Palocci está preso desde setembro, acusado de receber propina para
favorecer a Odebrecht.
Em consonância com Lula, a
bancada do PT no Senado também apresentará até abril um programa emergencial
para a economia. “Estamos à beira de uma convulsão social”, disse o senador
Lindbergh Farias (PT-RJ).
Fonte: Metrópoles DF
Fonte: Metrópoles DF