A boa conversa e a promessa de
realizar o sonho da casa própria foram as principais armas usadas por Ronaldo
Pagano, 57 anos, para enganar pelo menos 100 famílias do Distrito Federal e
cidades do Entorno. Se apresentando como ex-funcionário da Caixa Econômica
Federal (CEF), ele cobrava uma taxa que variava de R$ 600 a R$ 2 mil para
“agilizar” a documentação das vítimas nos programas habitacionais do governo,
como o Morar Bem e Minha Casa Minha Vida.
O estelionatário foi preso por
policiais da 19ª Delegacia de Polícia (Ceilândia) após seis meses de intensas
investigações. O homem, que prometia resolver as questões relacionadas ao
financiamento das famílias em até 30 dias, não reagiu à prisão.
O flagrante ocorreu na casa onde
ele mora, na Ceilândia. Com raiva e surpreso, chegou a dizer aos agentes que
“não ia cair sozinho e que quem o colocou nessa também ia pagar”.
O delegado acrescentou, ainda,
que para dar um ar de veracidade ao golpe, o suspeito apresentava papéis
timbrados com a marca do banco. A polícia apurou que Ronaldo Pagano nunca
trabalhou na Caixa. Ele tem uma extensa ficha criminal, que começou em 2000 e
conta com registros de homicídio, Maria da Penha (violência doméstica) e
ameaças.
“A partir de 2014, ele passou a
praticar estelionatos, faturando mais dinheiro. Estimamos que com as 100
vítimas, ele abocanhou cerca de R$ 200 mil”, completou Fernando Fernandes. De
acordo com o delegado, as pessoas que pagaram não teriam agido de má-fé, uma
vez que Pagano garantia a elas que tudo era feito dentro da legalidade.
À reportagem, a Caixa ressaltou
que as informações sobre “eventos criminosos são repassadas exclusivamente às
autoridades policiais”, e ratificou que coopera “integralmente com as
investigações dos órgãos competentes”.
Metrópoles DF